Nesse CANTINHO abordaremos temas relacionados à imunização, onde poderemos, inclusive, trazer as mais recentes discussões em congresso e revistas especializadas.

CONTROVÉRSIAS SOBRE O USO DE ANTITÉRMICOS/ANALGÉSICOSPARA ALÍVIO DA DOR E FEBRE APÓS VACINAÇÃO.

É indiscutível a preocupação dos pais, no que se refere às reações adversas às vacinas. Destes eventos adversos os mais frequentes são: febre, dor, edema e rubor local que é parte do processo inflamatório esperado na pós-vacinação. A exemplo das vacinas pneumocócicas conjugadas 10-valente e 13 – valente (VPC 10 e VPC 13) que causam febre e sinais de flogose (rubor, edema e dor local).

O uso de antitérmico/analgésico é recomendado para minimizar as preocupações de febre e provável convulsão febril.Estudos comprovam que o uso profilático do paracetamol é eficaz na redução de incidência da febre após vacinação. As vacinas tríplice bacteriana associado a hepatite B e polio inativada, assim como antipneumocócica 10 valente (DTPa-VHB-VIP/Hib e VCP 10) foram amplamente estudada.

Entretanto ao ser avaliado a imunogenicidade observou-se que o uso profilático do paracetamol, pode inibir a resposta inflamatória interferindo na resposta imunológica, com redução do nível de anticorpos.Apesar disso a imunogenicidade reduzida das vacinas não implica necessariamente na ausência de prevenção das doenças imunopreviníveis de tais vacinas, no entanto no caso da vacina pneumocócica reduz a colonização de orofaringe, tão necessária para produzir a imunidade de rebanho da VCP 10e 13 valente.Diante desses resultados, a recomendação é evitar o uso profilático dos antitérmicos/analgésicos e fazê-lo quando necessário por ocasião dos eventos adversos, exceto se a criança tem história pessoal e/ou familiar de convulsões ou choro incontrolável.

Convém salientar que o uso profilático do paracetamol está indicado na nova vacina antimeningocócica B (4CMen B).

Referência Bibliográfica:Ballalai, Isabella. Uso de antitérmico para alivio da dor e febre após a vacinação. SBIM revista. V. 8, Nº 4, p. 28-31, 2015.